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28.07.2022 - 10:00

Caso Daniella Perez e as mundanças na perícia criminal

"Um corpo pode conter vestígios de DNA do agressor. Qualquer contato de um terceiro pode atrasar, ou até impossibilitar, um exame mais detalhado", afirma o presidente do SINPCRESP
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Caso Daniella Perez e as mundanças na perícia criminal

O presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP), Eduardo Becker, foi entrevistado pelo portal Terra para falar sobre a importância da preservação do local de crime em reportagem sobre os 30 anos do assassinato da atriz Daniella Perez, que chocou o Brasil.

O caso voltou a ser notícia por causa da minisérie documental feita pela HBO. Em um dos episódios, a mãe de Daniella conta que chegou a abraçar o corpo da filha, onde foi encontrada. A reportagem mostra que hoje isso não seria possível graças a uma mudança implementada há 30 anos no Código de Processo Penal. A lei foi alterada em março de 1994, obrigando o delegado a estar no local onde o crime ocorreu e preservar a cena para o trabalho do perito criminal.

Na reportagem, Becker explica que o cadáver em uma cena de crime pode conter informações sobre o agressor e a ação dos peritos depende de fatores delicados como esse. "Um corpo pode conter vestígios de DNA do agressor. Qualquer contato de um terceiro pode atrasar, ou até impossibilitar, um exame mais detalhado", afirma o presidente do SINPCRESP.

Apesar da obrigatoriedade da ida da autoridade policial ao local do crime, muitas vezes isso não ocorre. “Essa situação acaba por prejudicar a preservação do local de crime e o trabalho pericial. E há casos em que nos é informado que o local do crime contra o patrimônio se encontra 'preservado pela própria vítima'. Situações como essas podem atrapalhar toda a investigação criminal”, afirma Becker.

O presidente do SINPCRESP lembra que em nova alteração do CPP (Lei nº 13.964/2019), passou a ser expressa a proibição de entrada de pessoas em locais isolados, bem como, a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável. "O descumprimento dessa regra passou a ser tipificado como fraude processual, o que reforça ainda mais a necessidade de se isolar e preservar o local de crime adequadamente", completa.

Peritos ouvidos pela reportagem falaram sobre as mudanças que ocorreram no campo das perícias criminais. "A análise de sangue, a balística, os reagentes químicos... Tudo isso evoluiu muito nos últimos 30 anos", explica Adilson Pereira, que trabalhou como perito por 34 anos.

Scanners 3D e softwares de mapeamento ajudaram a digitalizar e agilizar o processo da perícia. À reportagem, a perita aposentada Cristiane Dias afirma que não adianta tecnologia, se não houver também treinamento de profissionais.
Eduardo Becker, presidente do Sindicato de Peritos de São Paulo, reforça: "A união de tecnologia, capacitação e mão-de-obra é definidora para a resolução de um caso".

Fonte: SINPCRESP

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