Cada
tiro deixa marcas únicas, como uma espécie de impressão digital. Agora, com um
recém-adquirido programa canadense capaz de fazer imagens microscópicas de
resíduos coletados em cenas de crime, a
polícia científica brasileira consegue extrair o "DNA da bala".
De
forma automatizada, duas partes da munição podem ser comparadas pela perícia:
os projéteis, que saem pelo cano da arma, e os estojos, que são ejetados pela
parte traseira das pistolas após os disparos.
Essas informações
coletadas pelo programa são armazenadas em um banco de dados, o Sinab (Sistema
Nacional de Análise Balística), que tem
ajudado a solucionar crimes que até então estavam sem solução.
O
Sinab está em funcionamento desde janeiro e, em pouco mais de três meses, cerca
de 1,5 mil peças de munição foram coletadas em cenas de crime e cadastradas.
Mesmo com o banco de dados ainda pequeno, até agora seis correlações entre
crime e arma de fogo utilizada já foram identificadas.
"Com todas
essas provas nós conseguimos prender sete pessoas envolvidas que pertencem a
uma organização criminosa. Uma prova incontestável, sem que a gente se baseie
unicamente na prova testemunhal. Essas testemunhas que presenciam esses
homicídios sabem a motivação, porém têm receio de prestar declarações por temer
represálias", explica a delegada.
O sistema funciona
hoje em sete estados, mas segundo o Ministério da Justiça, até o fim do ano deve estar em todo país. Na Bahia,
um programa similar está em operação desde 2007 e já contabiliza mais de 35 mil
registros e 1,6 mil correlações. A novidade é que agora materiais recolhidos em
cenas de crime por todo o país poderão ser comparados.
O Fantástico foi ver de perto o passo a passo do trabalho da polícia científica com o equipamento. Confira o vídeo no Globo Play: https://globoplay.globo.com/v/10556545/
Fonte: G1