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17.12.2019 - 15:40

Perito do Ialf participa de curso de atualização e capacitação para identificação e enfrentamento de novas drogas

O primeiro órgão oficial a identificar a presença de uma nova droga no país é a perícia criminal
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Perito do Ialf participa de curso de atualização e capacitação para identificação e enfrentamento de novas drogas

Identificar novas drogas que circulam no país está entre os desafios da Perícia Criminal em Mato Grosso do Sul. A batalha para conseguir alcançar o objetivo de combater o tráfico de entorpecente exige capacitação constante para superar técnicas de criminosos. Traficantes têm desenvolvido pequenas alterações químicas em moléculas de substâncias psicoativas para burlar a lei que tipifica este tipo de crime.

Os peritos criminais lotados no Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (Ialf), órgão vinculado à Coordenadoria Geral de Perícias, vêm trabalhando para combater essas novas substâncias. E agora em dezembro o perito criminal Evandro Pedão, que atua no Ialf, fez capacitação junto com outros 15 peritos do Brasil para aprimorar os métodos utilizados para detecção de novos entorpecentes.

O curso foi promovido dentro do Projeto Minerva, que é uma ação conjunta entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a Polícia Federal. O treinamento aconteceu em três módulos, entre outubro e dezembro de 2019, em Brasília (DF) e já capacitou 40 peritos criminais, tanto federais quanto estaduais.

Nesse encontro de peritos de diferentes Estados há uma troca de experiências em conjunto com técnicas aplicadas também pela Polícia Federal. Os profissionais apresentaram informações sobre as dificuldades de cada estado, drogas já identificadas, métodos utilizados para detecção, entre outros recursos aplicados.

“Temos um trabalho de identificação de novas substâncias psicoativas no Ialf, em Campo Grande. Entre 2017 e 2018, foram encontrados 22 novos tipos de drogas em Mato Grosso do Sul. Esse número aumenta porque desde 2014 já foram realizadas análises e identificadas substâncias que passaram a ser ilegais. As drogas já caracterizadas nesse período todo foram dos grupos canabinoides sintéticos, cantinonas sintéticas, feniletilaminas, triptaminas, entre outras. Essas substâncias mimetizam os efeitos de outras drogas já conhecidas, com efeitos psicodélicos, sedativos, hipnóticos e estimulantes”, aponta o perito criminal Evandro Pedão.

“O primeiro a identificar a presença de uma nova droga no país é o perito, uma vez que essas substâncias são detectadas em comprimidos, selos ou cristais semelhantes aos já encontrados contendo substâncias conhecidas, como MDMA ou LSD”, esclarece a perita federal e uma das coordenadoras do curso, Mônica Paulo. “Para isso, esse profissional precisa ter condições e ferramentas para analisar quimicamente as substâncias, informar aos órgãos de saúde e de segurança pública, e fornecer subsídios à investigação”, reforça.

A posição geográfica de Mato Grosso do Sul, que tem fronteira com Paraguai e Bolívia, exige que o trabalho da perícia criminal no Estado seja estratégico e altamente combativo também, reforçando a necessidade de atualização constante dos profissionais. “As drogas podem ter uma alta concentração de substâncias que podem levar o usuário à morte rapidamente. Quando o tipo de droga não é conhecido, temos que nos empenhar ainda mais, pois sequer sabemos o dano à saúde e a potência que essa substância tem quando entra em contato com o organismo de uma pessoa”, alerta Evandro.

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